Os ecossistemas costeiros formados por macroalgas, plantas aquáticas e sapais dão comummente pelo nome florestas azuis e contam-se entre os mais valiosos ecossistemas terrestres. Apesar da sua importância ecológica, societal e económica são pouco conhecidos pelo público, por profissionais do mar e turismo e por decisores políticos
O projeto BLUEFORESTS é financiado pelo fundo EEA Grants e liderado pelo CCMAR (Centro de Ciências do Mar) com sede na Universidade do Algarve e conta com um parceiro norueguês (SINTEF Ocean) e parceiros portugueses, nomeadamente o consórcio EMSO-PT, liderado pelo IPMA.
No âmbito deste projeto a campanha BLUEFORESTS-2022 levada a cabo pelo IPMA a bordo do navio oceanográfico Mário Ruivo, entre 30 de maio e 2 de junho, teve como objetivo a colheita de amostras do fundo do mar para determinação indireta da taxa de deposição de Carbono (azul) sequestrado pelas florestas azuis e transportado para a plataforma intermédia e depositado em corpos de sedimentos finos. Duas áreas foram selecionadas para amostragem, uma na zona de Sesimbra e outra na plataforma adjacente à Ria Formosa a Sul do Olhão (foto 1 e 2).
A amostragem foi realizada mediante o uso de colhedor multitubos (multicorer) entre as profundidades de 60 m e 100 m, aproximadamente, em substracto lodoso (fotos 3 e 4). Os sedimentos foram conservados em tubos à temperatura de 4ºC e transportados para o IPMA, onde será dado o devido processamento pela Divisão de Geologia Marinha e CCMAR, a saber: granulometria, determinação do teor em carbono orgânico e teor em carbonatos, imagem e propriedades físicas e químicas não destrutivas (MSCL e XRF), análise de microfósseis (foraminíferos e diatomáceas) e análise de sed-DNA.
A campanha contou com a participação de técnicos, cientistas e estudantes das seguintes instituições: IPMA, Universidade de Évora, Universidade do Algarve-CCMAR, CoLAB + ATLANTIC, INESC TEC e Instituto Politécnico de Setúbal.